Coisas, tantas que por nós passam,
e não regressam envoltas em luz,
e não regressam em sinfonias,
e não regressam nem frágeis,nem com um olhar que é longe...
Nem nos dedos simples de uma mulher.
E não regressam senão nos braços
de um Deus que é futuro demais,
longura de mais, sonho demais...
Há coisas que para sempre ficam,
nas nuvens do que são,
na eterna missão por cumprir,
num eterno devir, devendo-nos o seu ser.
E passamos, continuamos a passar,
rios intransponíveis,rios dos desvios da nossa plenitude...
E no oceano, ao longe, só aí,
na bênção do pôr-do-sol,
nos encontramos no mesmo olhar,
em tardes irreflectidas,
dadas, vindas,
como a verdade viva
Suspensa no nosso mar.
(Cynthia Guimarães Taveira)
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