segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Pas de deux


Há causas tão improváveis que o efeito acaba por ser igualmente improvável. Quando isso acontece, encontramo-nos no domínio do mito. Todos somos pesquisa, mesmo, que haja uma curiosidade aparentemente morta ou não exteriorizada. As causas e seus efeitos improváveis que vivem e respiram no domínio do mito pertencem a uma ordem cuja exactidão do gesto escapa ao domino visível mesmo que este esteja à vista de todos. São os graus de pesquisa, os passos e saltos e bailados e voos surpreendentes que nos permitem ver com maior ou menor clareza... e quem diz ver, diz sentir, porque, a determinadas alturas, a evidência não se destaca de nós, nem do nosso ser. Há uma “conjunção de opostos” entre nós e o mundo.


(Cynthia Guimarães Taveira)

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