quarta-feira, 29 de maio de 2019

Acontece nas melhores famílias...

O telejornal da TVI, hoje, foi uma aventura da Anita na Arte. Por um lado, o Museu do Louvre está sobrecarregado com população de visitantes (como o Everest está com alpinistas) ao ponto dos funcionários não terem para onde se virar. Entrevistaram uma americana que se proclamou (como tenho uma consciência muito "expandida" já emendei "autoproclamou" para "se proclamou-"... ) sendo, e cito, "uma grande fã da arte". Espero, sinceramente, que tenha gritado, chorado e arrancado os cabelos, ao ver a Mona Lisa (coisa que não fez porque o Museu fechou mas estou certa de que o faria se pudesse). Por outro lado, esta obra que aqui mostro é uma grande obra prima feita por robôs que podem encontrar neste momento no Museu Calouste Gulbenkian na exposição "Cérebro - mais vasto que o mundo". Dizia o repórter que o cérebro parecia um jardim. Fabuloso! Um jardim! E que havia ainda certos (cito) "fantasmas deste tipo": os antigos dividiam a mente entre o fígado (correspondente aos desejos), o coração (correspondente as emoções) e o cérebro (correspondente ao raciocínio). Uns "fantasmas" terríveis, já se vê! Depois, e para não ficarmos por aqui, aparece o autor da obra que mostro, Leonel Moura, que faz um discurso assim sobre a sua criação de robôs pintores: "Na arte de hoje, desde o modernismo, o assunto da arte é a arte, não é fazer paisagens, não é fazer retratos, não é fazer coisas bonitas. O grande assunto da arte é a arte e, portanto, estou aqui como artista a ampliar o campo da arte para a possibilidade das máquinas também poderem criar objectos que nós chamamos arte. Eu de certa maneira sou um artista que cria artistas".
Pois muito bem. Não nego o interesse da ciência. É interessante. Como o interesse da História, também é interessante. No entanto, estas coisas fizeram-me logo lembrar aqueles pianos que tocavam sozinhos. Não é novidade. Depois, se o assunto da arte é a arte, então não é arte, é Teoria da Arte, o que é bastante diferente. Depois, o que acontece, é que sendo o assunto "a arte", a arte fica pelo caminho e ficamos com o assunto. A obra representativa acima diz tudo. De maneira que, isso de fazer coisas bonitas é hoje qualquer coisa de "velho", "ultrapassado", o que é deverás estranho porque se o cérebro "parece um jardim", não creio que os jardins sejam qualquer coisa que "passem ao lado do belo". E concluindo, está tudo doido. Porque não há outra explicação. Nem para tudo o que "aconteceu" hoje no final do jornal da TVI, nem para a "linda" obra acima. Eu é mais... os meus quadros e dou graças por ser uma individualista. Cada vez mais. Só aceito a companhia do belo. Sem arrancar os cabelos, já agora. É que os "fãs' sempre foram tontinhos. E são.

2 comentários:

  1. (como tenho uma consciência muito "expandida" já emendei "autoproclamou" para "proclamou-se"... ). Deve ser o corrector automático celeste, ou será virtual? Ou será terrestre? Quando a "consciência se expande muito" ficamos batalhadora porque não sabemos bem donde tudo vem... O que vale é que a ciência explica tudo. E o materialismo expiritual também. Mas o que é facto é que depois de falar do leitão de negrais, uma horita depois, estava uma camioneta que dizia "leitão de negrais" com o condutor, muito simpático, a dar-me passagem. Ainda bem que não sou vegetariana pois se o fosse tal coisa nunca me aconteceria. Mas a ciência explica tudo. Até o leitão, a camioneta, o condutor e a passagem. Há coisas que só carnívoros conseguem compreender.

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  2. E o corrector, celeste, virtual ou terrestre trocou "baralhada" por "batalhadora". Eles lá sabem....

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