Pintura de Cynthia Guimarães Taveira
Foi desde que a física quântica passou a ter explicação para as minhas intuições e os meus saltos temporais assim meio místicos que me tornei uma pessoa muito mais tranquila. Nada como a explicação racional de cientistas para nos sossegar e deixar com um sorriso nos lábios permanente. Se o problema fossem as explicações, então, com o grau de "sabedoria" que a ciência já obteve, tínhamos finalmente entrado no paraíso, ou na Idade de Ouro, ou sei lá, qualquer coisa. Mas alguma coisa está muito mal quando a "sabedoria" não chega para endireitar as coisas e, das duas uma, ou não é "sabedoria" nenhuma ou pura e simplesmente ainda não é tempo de "endireitar" as coisas, o que aliás vai dar no mesmo. Isto como resposta a um vizinho meu que deveria estudar matemáticas puras em vez de cantar versos de Camões, cuja personalidade, aliás, está a quilómetros de distância, bem como a de Fernando Pessoa, deste gnosticismo moderno, no qual a ciência explica tudo e não "joga aos dados". Na verdade até não joga mas, visivelmente, o mundo não está preparado para ver a "ordem", porque se a tivesse visto, estaria o mundo assim? Não. E tampouco conhece ou sabe aquilo que é a simultaneidade vertical. Fica-se pela horizontal. Mas, os místicos, ficam muito mais tranquilos porque a "ciência" ex-pi-li-ca como o chinezinho que limpa-o-pó, não arrumando, no entanto, o resto da casa.
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