Pintura de Cynthia Guimarães Taveira
A propósito de cérebro. A árvore é um dos símbolos mais completos do ser humano. Mas é igualmente um dos símbolos mais completos dos mundos e da sua interpenetração. Como o cérebro, toma caminhos e, a cada nó, há um ponto de contacto que permite a entrada numa nova realidade. Na verdade, parece um jardim naquilo que tem de aparentemente aleatório mas, formando, no conjunto, uma harmonia bem visível, como nas árvores. Os quatro rostos significam naturalmente direcções no espaço mas também os limites. O infinito está sempre para além dos mundos. Há eixos e depois ramificações que, quando se tocam, conduzem à possibilidade das paralelas se tocarem igualmente porque, na aparente curvatura das ramificações, existem paralelas, e essas, algumas, por vezes e e sob determimadas condições que são sobretudo indeterminadas chegam a tocar-se. Assim, encontram-se outras realidades ou mundos. O universo é apenas uma imagem de universos muito maiores. Naturalmente que o símbolo da árvore e dela como símbolo do ser humano, juntos, na mesma natureza, sintetizam (e por isso o ser humano é também símbolo) a realidade e o transcendente. Juntos formam os limites ou condições - nenhuma árvore cresce até ao infinito. Como tudo o que é limite é proibitivo, também, muito naturalmente, é produzido pelo ilimitado. Isto vem tudo escrito na tradição hindu.
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