sábado, 8 de junho de 2019

A hierarquia



A única hierarquia entre os homens que existe é apenas a da consciência, a do grau de consciência. É por isso que como Fernando Pessoa afirmou, nas últimas páginas do livrinho da imagem os "Cavaleiros são iguais entre si". Este "entre si", correspondente a uma sintonia qualitativa, tanto em consciência como em "coração". Falar-se hoje em "coração" parece uma coisa bi-polar: ou é um sentimentalismo mimético e apenas emocional ou é colocado de parte em abono de todos os avanços feitos pela ciência que, com fios e câmaras, colocou as várias zonas do cérebro a brilhar, a piscar, como estrelas. Por outro lado, parece ser a consciência apenas entendida  como sendo a capacidade de raciocínio. Maior precisão será talvez falar em "frequências" que são uma mistura densa e estrutural de vivências, memórias, experiências, sentimentos, ligações, intuições e por aí fora. Assim, tal como René Guénon apontou, a hierarquia será sempre qualitativa e, a noção do que é ou não a qualidade depende exactamente dessa consciência, ou melhor, dessa "frequência". Não há sistema político que nos valha enquanto não se tiver isto em conta, simplesmente porque não podemos enganar o Espírito. Nem com dinheiro, nem com boas intenções, nem tampouco com boas acções vazias de Espírito.

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