domingo, 30 de junho de 2019

Os mamarrachos e as pessoas


Esta história do prédio Coutinho fez-me lembrar "a parte e o todo". Dizem os "espiritualistas" que cada um é parte do todo. Isto é uma verdade quase ao nível de La Palice. O Estado autorizou a construção do mamarracho. O mamarracho foi construído e as pessoas foram para lá. O Estado desautorizou a existência do mamarracho e as pessoas são obrigadas a sair de lá. O que os resistentes estão a tentar dizer por gestos foi aquilo que Fernando Pessoa disse por palavras: "nós não somos o Estado". O Estado põe e dispõe porque tem a tutela do "contexto". As pessoas estão inseridas no "contexto". As pessoas não gostam disso. A aplicação do princípio "espiritual" feita indiscriminadamente sem atender às diferenças dos "participantes" no "todo", gera situações destas, bizarras. Os espanhóis quando entenderam ser o "contexto" também invadiram Portugal e fizeram o cerco a Lisboa. Esta história faz-me, aliás, lembrar uma outra, muito "espiritual" que por detrás tinha apenas interesses. Há muitas histórias destas, entre mamarrachos, instituições e pessoas.

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