sexta-feira, 14 de junho de 2019

Castelo


Quase poderia dizer que, entre o coleccionismo de símbolos, a leitura de alguns dos nossos autores e o Portugal revelado, há uma distância parecida com a que vai do Ocidente a ao Oriente. Há a "imagem" que, na verdade, pode ser qualquer uma, e que invadiu tudo. O símbolo é mais uma imagem entre outras ou é reduzido a uma vontade como àquela dos templários actuais que gostariam de ser protagonistas de um filme de acção. A leitura de alguns dos nossos autores exige uma maturação das palavras, uma lenta digestão e progressivo entrecruzar de ideias para a qual uma vida inteira não chega. O Portugal revelado exige a presença do Espírito Santo. A complexidade do Castelo de Portugal, é a da entrada Manuelina, os labirintos internos, o aparelho digestivo, as leituras, e a altíssima complexidade das ameias que se nos revela, no início, como algo tão simples como é uma Revelação, e como algo tão complexo que é o de "avisar" os outros sobre o que se aproxima, ou que se vê, do alto, empoeirados na nuvem que é a nossa alma, como anjos, deitando os olhos às coisas com uma nova natureza angelical.
Isto não é possível de entender para os que não entraram pela porta dos símbolos e a deixaram para trás sem antes terem visto a luz após a diluição deles, não é possível para os invejosos que adoptam esta ou aquela visão deste ou daquele autor como "escola exclusiva" excluindo imediatamente não sei quantos outros, e ganhando no imediato os inimigos tão pretendidos pelos templários actuais (se se dizem templários há que chamá-los pelo nome), forjando assim a sua razão de existir, e não é possível para os não foram abençoados com essa ascenção anacrónica relativamente a qualquer tempo, em que, a empresa de desocultação do próprio país se torna caminho agreste a descer, pela dificuldade cada vez maior que há até do entendimento de simples palavras, descida que é, em simultâneo, um "aviso", ou em linguagem mais acessível, uma indicação do caminho. Essa descida só é possível de se fazer na companhia de entidades transcendentes superiores que legitimam, sem qualquer obrigatoriedade, essa comunicação entre o "alto" e o "baixo".
Ou seja, é preciso mais do que aquilo que há, para que possa haver uma comunicação  minimamente decente, porque na sua maioria, quem se interessa por estes temas, ou anda enrodilhado nos símbolos, ou não maturou os autores ou não ascendeu a qualquer parte senão por contágio visual o que é igual a nada.

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