sábado, 16 de março de 2019

Portugal



Visigótica ao entardecer, barroca se tiver de ser
Amanhecida no Oriente dinástico e ainda antes, híndu na montanha de Manu. Assombrada por fogueiras onde se queimavam ídolos do Ano Velho, aromatizada de figueiras que escondiam cobras frias e anteriores ao fino Império. Viajante de símbolos que se abriam, à medida que passava, uns abriam a boca tanto que engoliam, outros a cerravam e tudo calavam.  No cimo do escudo,  o dragão, mais queimava com os olhos do que com a língua; nau de proa esculpida com figura de luz que do caminho tudo sabia e se não sabia em saber insistia. Dizem que nas caves erguia a espada e que, com capa branca e sanguínea, tornava os monges alvos e altos, com vontade tal que o destino desaparecia. Pátria arguta e vigilante, nem um passo em falso foi dado, por mais que digam e façam para que o sol a poente não se levante.

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